
«Não é sinal de saúde estar bem adaptado a esta sociedade doente»
Jiddu Krishnamurti
sexta-feira, 27 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mas como pesquisar um engenho, que se encontra na esfera do abstracto, sem rosto, que apenas intuímos?
Na verdade, a maioria das pessoas, não é exactamente feliz. O que não equivale a ser infeliz.
Ouso dizer que a maior parte das pessoas que se adorna como feliz, está na verdade apenas satisfeita.Creio que a felicidade é um agente que vem mais de dentro para fora, do que de fora para dentro. Todavia não podemos desacreditar que o fenómeno dos factores externos, atingem uma valência, à qual não nos podemos alhear.
Quem é feliz, é árvore-mãe, ama a vida, manifestando-se no amor pelos outros. Sem amor a si próprio, sem amor aos demais, questiona a possibilidade de conquistar na alma e no sorriso, a bem merecida felicidade.
Não conheço ninguém, que ao acordar, um dia, de repente descobriu que se encontrava inesperadamente feliz.
Com o tempo aportamos numa margem, do rio que simula a nossa vida, e descobrimos que os outros não são mais felizes do que nós. São apenas reflexo dos sonhos que projectamos.
Adocicando, aprendendo, lutando, tentando abrir o círculo, apossamo-nos, do que todos nós gostaríamos de poder sentir, FELICIDADE!
sexta-feira, 20 de março de 2009
quinta-feira, 19 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009

H. anda desanimada
Hoje, contou-me que, um aperto lhe chegara ao peito.
Sem pedir licença a tristeza apoderou-se da sua razão.
Com uma amargura intensa , disse que após muitos anos de trabalho, permanece há doze meses, num cenário comum, : desempregada.
É fácil entender as causas do desalento, mas sofre-las, é um esforço penoso.
O assunto não é novo nem emocionante, mas com família constituída, optou pela mais fácil direcção, tornar-se “dona de casa”.
Esta fuga, aos hábitos edificados havia décadas, começou com um empenho, que só, o eixo de amor na família , permitiu que este trabalho, embora não remunerado em notas, fosse inicialmente uma simbiose de dádiva e alegria.
Entre uma tarefa e outra, a que generosamente se obriga, os dias teimam em ser iguais.
O empreendedorismo caseiro, escalou para um patamar de obrigações, cuja imagem há muito reclamava não serem só de sua pertença, mas que foi permitindo ao longo dos anos, tornando-se hoje empreitadas, que a família encara como a sua quota de responsabilidade na micro sociedade onde pertence.
A dor envenena .
Sente-se hipotecada, à formula de vida que sempre recusou.
Não existem interesses no seu horizonte.
Pergunta-me para quê, limpar, cozinhar, engomar , se ao final da tarde chegam os filhos, já adultos , e espalham pela casa pacotes vazios de bolachas e de respeito. O marido deixa o jornal aberto a descansar sobre o sofá, que deveria ser espaço de diálogo sobre o dia de cada um.
Pergunta-me se a vida de uma “dona de casa” é assim, e se este é um processo banal.
Não nos podemos zangar com a vida, só porque foi vâ, a tentativa de cumprir o que imaginámos, quando jovens.
Não deixes que nasça essa sensação de vida mal vivida, não percas essa vontade de realizar coisas que pensas se perderam, engolidas pela rotina doméstica.
Estes são efectivamente esquemas comuns, que todos conhecemos, e se alguns de nós criam capacidade para enfrentar as alterações que se nos apresentam,outros refugiam-se num relógio que não dá horas.
Mas o tempo não pára!
terça-feira, 3 de março de 2009
(Virginia Woolf)
O apego do lar, era obra difícil de cumprir, pelo que breve, a mãe de A., à data teria este, ainda poucos meses de vida, voltaria à sua terra natal, com o pequeno fruto de um amor que muito depressa deu lugar à raiva.
A luta, pelo sustento era obra quase incomportável. As terras, poucas, mal davam para as sopas, a aldeia, era demasiado pequena para fazer ouvidos moucos ao falatório, e especialmente porque os “sonhos” eram coisa que não cabia naquele domínio.
Voou para uma cidade grande, com o pequeno atrás, e depressa se impressionou por um italiano, de porte, a quem não fazia diferença o facto de em tempos a sua deusa, se ter enovelado noutros lençóis de linho.
Mas para A., esta segunda oportunidade que a mãe se encontrava a viver, seria a árvore, cheia de galhos velhos e a esgaçar, que ele teria que subir durante a infância e adolescência.
…
Já homem, espigado encontra na capital, aquela que lhe viria a tornar os dias e noites mais estimulantes.
Na facilidade do riso e na ternura do amor, os sacrifícios valeram a pena, pois incluída no lote dos oito, L., viveu uma infância feliz e uma adolescência encostada às irmãs mais velhas, que já tinham deixado a aldeia, deixando os pais vestidos de silêncio e de saudades da prole.
Gozava do pretígio de ser uma menina bem comportada. Aprendera a ler, a cozinhar, a bordar.
Começara a botar corpo, e os ouvidos já desabituados do carinho dos pais, pois já há muito que deixara de os ter por perto , os sussurros de A.,faziam ninho de tentação...
E,
Quando um casal mal ganha para a renda do quarto, os transportes lhe levam mais do que a calçada lhe gasta nos tacões, o caldo é de batatas e couve, um filho é erva daninha em terreno que se queria de pousio.
Descendência era privilégio de rico.
Não se acautelaram.L., transformou-se em terra adubada.
Habitavam em quarto exíguo, sem jamais esperar mudança, mas o fedelho vingaria, apesar de malgrado o esforço de cada dia.
LISBOA deixara de ser considerada um conto de fadas, o casamento tão pouco, o trabalho começava ainda o sol, não tinha nascido, a “féria” era parca, e a vida por si, só tinha razão, porque em dia de delírio, remeteu um catraio ao mundo, que lhe acena em parto ainda feito de dor.
Em hora que a cidade já pulsava, a criança ao abrir os olhos, depara-se com o planeta em desordem. Apesar de ser quarta feira e os videntes crerem que o dia é propício para, grandes negócios, favorece a escrita e inspira confiança, nesse dia Agostinho Neto, regressa a Luanda e assume a presidência do movimento, o Partido Comunista defende uma solução pacífica para o problema político português, começa o período de emissões experimentais da RTP, e pela primeira vez na história, os Jogos Olímpicos foram realizados fora da Europa ou dos Estados Unidos, chegando à Austrália.
Grandes mudanças, mas a fonte que aconchega o bebé, revela-se uma imagem apagada, encolhida, vazia de queixumes como quem cheirou a habilidade de revelar poucas falas, olhos baixos, e sorriso acanhado, mas de dentro emanava um calor, que iria fazer espigar o inocente, por forma a atestar, que o destino ruim de ter nascido serva, não lhe cederia por herança.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Ninguém tem futuro, se não tiver tido um passado.
Descer e subir escadas com o barco em movimento, foi outra "ganda maluquice".
Alguém disse: " Se a felicidade for pouca, ao menos que seja intensa", . Este pequeno passeio num simples cacilheiro, tornou a Bibocas, mais feliz, teve um conhecimento não intenso sobre barcos, mas foi, "coisa" nova.
Se a felicidade de uma criança, passar por estas pequenas coisas, então prometo que vou agarrar todas as oportunidades, para que seja INTENSAMENTE FELIZ.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Fantástico!
“...sofreu um AVC porque lhe foi reduzido o numero de horas de trabalho...!”
“... foi a Londres fazer uma operação às cataratas, e regressou com uma gigante vontade de retomar mega produções...!”
“... mais um enchimento, agora ... as maminhas...!”
Estes títulos, fazem parte da imprensa que nos impõem, e que me enouriçam.
Servem para quê estas notícias?
Servem a quem?
Alguém faz ideia do número, de trabalhadores, que ficou sem emprego, nestes últimos meses?
Muitos com filhos, aos quais provavelmente a fome baterá á porta.
Alguém faz ideia da quantidade de gente, que vive atamancado de vista, porque o nosso SNS não dispõe de meios para tirar as pelinhas dos olhos?
Algém faz ideia, porque existe a necessidade de encher maminhas? Só para mentes sibilantes.
Alguém nos diz, porque é que o banco do estado, aumenta as taxas, assim que gasta mais uns milhões, para atulhar os cofres, que com destreza se esvaziaram para alguns?
Alguém tem CORAGEM para nos dizer o real “porquê” das notícias, que não são informação?
Será que não temos jornalistas interessado, no que deveras nos incomoda? Não acredito.
Será que não temos leitores interessados, nas verdadeiras realidades?
Será que os jornais deixariam de vender, e mais gente ficaria no desemprego?
Então recebamos, com alegria as migalhas que nos oferecem, e deixemo-nos de reclamações.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Não sei o que deu a esta gente,(diga-se: cineastas, escritores, opinion makers, etc. ) para subitamente começarem a ocupar os nossos espaços, com esta figurinha.
É um facto que só nos falam da figurinha.
Eu quero lá saber, quem o homem amou.
Eu quero lá saber, quem lhe governava o ordenado.
Eu quero lá saber, que só bebia vinho tinto produzido na sua terra.
Eu quero lá saber, que gostava de cozido à portuguesa.
Eu quero á saber, que ele não gostava de fado.
…..
É isto que querem que fique na história?
Quero saber, porque querem secar as lágrimas a muitos pais, que perderam os filhos, a muitos filhos que não conheceram os pais, a muitos homens que vivem ainda com um sentimento de estorvilho, por se encontrarem mutilados física e mentalmente .
Quero saber, porque tivemos fome, quando as barras de ouro se amontoavam nos cofres da Casa da Moeda.
Quero saber, porque é que tivemos que ficar sós e isolados do mundo.
Quero saber, porque é que tivemos que esconder livros.
Quero saber, porque é que amareleceram o nosso viver à catanada.
Quero saber, e transmitir aos meus filhos, que não estamos bem, mas também não vale a pena voltar atrás.
Já agora, alguém me diz, porquê esta lavagem?
No que me diz respeito, não vão conseguir.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
RECORDAR É , POR VEZES LAMENTAR.
A chuva e as nuvens ceifaram o brilho do sol, tal como a morte à 16 anos acolheu aquele de quem falarei um dia, com calma, tentando alguma perfeição na escrita, de forma a que nada fique ao acaso.
Faria hoje 82 anos, o meu pai.
É estranho, mas a data do seu aniversário, é o dia do ano em que normalmene mais me recordo dele. Não sei explicar isto.
Hoje o clima lembra-me um 5 de Outubro, teria eu uns doze anitos, fomos os dois passear. Era feriado, mas a minha mãe teria que ir trabalhar, então o meu pai resolveu, que o dia iria ser nosso, talvez numa tentativa de reconciliar muitos dos desconcertos que nossa relação tinha, e se manteriam ao longo dos anos.
Tentei impedir a ideia, desculpando-me com o facto de não ter sapatos adequados, para ir até à Praça do Município, também não tinha uma malita decente, enfim eu não tinha nada em comum com ele, para ir passear. Mas como sempre, a sua suprema vontade manteve-se e prontamente me levou a uma sapataria em Algés, onde comprou uns sapatos e uma mala, a seu gosto, que caprichosamente, apesar da minha relutância, tive que usar. Indo assim contrafeita ouvir o Marcelo Caetano ou o Tomáz, já nem sei, dizer umas coisas que de mim estavam tão longe, como hoje estou do infinito.
Após a prosa política, fomos até ao Terreio do Paço, onde embarcámos num caciheiro, que nos levou a um restaurante de Cacilhas, francamente não lembro o que comi. Sei e ainda retenho o confronto entre a louca vontade de voltar para casa, para junto da minha mãe, e o seu orgulho desvelado de um pai mostrando-me a cidade do outro lado do rio, tentanto comungar comigo aquelas horas de “boa relação”.
Sinto-me triste, por ser de forma tão crua que neste dia recordo o homem que por muito me querer, calcorreou a vida de progenitor com erros sobre erros.
Amparo a mágoa, como a chuva que hoje cai sobre o meu chapéu. Por vezes vem, escorrega, e de quando em vez regressa.
Alimento a esperança de um dia, nos podermos encontrar e talvez conseguir ententer o porquê de muitas coisas que ficaram por dizer.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
É de vida… , exactamente o nome deste blog ; “VIDA” .
Esta “Buhay” que se vos apresenta faz parte de um idioma, falado por milhões de Filipinos.
Não que as Filipinas, me seduzam particularmente, mas o facto de 7 mil e tal ilhas serem um só País, relaciona-se com o que pretendo levar a diante com este blog.
Segmentar pequenos pedaços da minha humilde existência.