«Não é sinal de saúde estar bem adaptado a esta sociedade doente»
Jiddu Krishnamurti

sexta-feira, 28 de maio de 2010


"Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz."
(Dummond de Andrade)



Não creio que alguém, possa ter muitas e grandes amizades que perdurem pelos tempos do viver.Uma grande amizade, não é fácil. É preciso querer, cultivar e ter dedicação necessária, para poder superar momentos de crise.Nem sempre a amiga fiel da infância e juventude é nossa melhor defensora na vida.No nosso universo diário vamos encontrando pessoas com as quais harmoniosamente podemos acomodar ideias e afectos, que com o passar dos tempos tornam-se ligações distintas, não perdendo todavia a mesma classificação: - “amizade”.Quando adolescente, temos a amiga, que é um ouvido, não um repressor. A grande mecânica das confidências começa cedo, não contamos um segredo à nossa mãe. Mãe é Lei, a mãe assusta-se, escandaliza-se, esperneia, castiga, conta ao pai. A mãe, é nessa altura, o pior terreno para plantar confidências.Com a amiga, fazemos o intercâmbio do “top secret”, da camisola, do livro, do baton, da sofreguidão de contar as mesmas coisas, pela décima vez , vamos bordando e tecendo sobre tudo e sobre o quase nada. A amiga ouve e entende, ela tem segredos semelhantes, como tal acompanha-nos.Nessa fase de permuta de identidades, a vergonha desfaz-se. Não há vergonha da amiga!Nas amizades mais longas, o entendimento é tal, que com facilidade chegamos com meias palavras, lá onde os outros não chegariam nem com muitas palavras inteiras.Mas nós vamos crescendo, e nem sempre da mesma forma.Adquirimos novos hábitos, temos novos interesses, vemos a vida de novas formas, e por vezes criamos outras amizades paralelas, que desgraçadamente se confundem com a “amiga dos segredos”.Estabelece-se então um jogo de intrigas e competição, coloca-se no plano das vitórias pessoais, a conquista dos outros. É o momento das frases venenosas, do diz-que-disse, dos recados malévolos, e aí iniciamos uma nova etapa de conceito de amizade.Começamos a sentir-nos um trapo, a ternura que dedicámos à amiga , tem que ser revista, para que não fique uma amiga a reboque da outra.Já em idade adulta, aprendemos que a amizade, não precisa de exclusividade para ser mais forte, não temos que telefonar, sem um motivo prático, podemos viver na mesma cidade,e estarmos juntas só duas vezes por ano.Uma grande ligação, pode por vezes decepcionar-nos acidentalmente, pode enfraquecer as expectativas da adolescência, mas não culpemos a amizade, mas sim o nosso discernimento.Fica-nos a certeza que com o amadurecimento e com o tempo, a selecção torna-se mais fácil, e poderemos saber então, com segurança, quem virá conosco até ao fim.

quinta-feira, 27 de maio de 2010


Uma explanada,
um café,
um cigarro,
um reencontro,
uma amizade,
uma conversa
que ficara por fazer
no tempo,
que é imenso...
- Aconteceu!

segunda-feira, 24 de maio de 2010


chagall-the-white-window



O MENINO GRANDE

Também eu, também eu,
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes, papagaios,
automóveis de corda, cavalinhos...

Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho.
Os brinquedos perdi-os, os meus bibes
deixaram de servir-me.

Mas nem tudo se foi:
ficou-me,
dos tempos de menino,
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.

Vida!
não me venhas roubar o meu tesoiro:
não te importes que eu ria,
que eu salte como dantes.

E se riscar os muros
ou quebrar algum vidro
ralha, ralha comigo, mas de manso...

(Eu tinha um bibe azul...
Tinha berlindes,
tinha bolas, cavalos, papagaios...

A minha Mãe ralhava assim como quem beija...
E quantas vezes eu, só pra ouvi-la
ralhar, parti os vidros da janela
e desenhei bonecos na parede...)

Vida!, ralha também,
ralha, se eu te fizer maldades, mas de manso,
como se fosse ainda a minha Mãe...


Sebastião da Gama
Eu hoje deveria escrever alguma coisa, mas não sou capaz.
Não saiem as letras, não solto palavras, não fluem frases.
Estou a tentar arranjar tudo e como nada consigo, sirvo-me do lindo poema de Sebastião da Gama.

sábado, 22 de maio de 2010

Oração pela Familia



Que nenhuma família comece em qualquer de repente
Que nenhuma família termine por falta de amor
Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente
E que nada no mundo separe um casal sonhador!

Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte
Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois
Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte
Que eles vivam do ontem, do hoje, e em função de um depois!

Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!

Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!
Abençoa, Senhor, a minha também (bis)

Que marido e mulher tenham força de amar sem medida
Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão
Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida
Que a família celebre a partilha do abraço e do pão!

Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos!
Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois!
Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho,
seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois!

Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!

Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!
Abençoa, Senhor, a minha também (bis)


Padre Zezinho
Composição: Padre Zezinho


De vez em quando vale a pena olhar a nossa história, e lembrar muito do que nos foi belo.
O Padre Zezinho, acompanhou com as suas orações, através das diversas formas de comunicação uma etapa da minha vida, a adolescência. Durante a época a que pertenci ao Grupo de Jovens da Paróquia, foi também a cantar que aprendi a falar com Deus.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Vonda Shepard




Why does the sun go on shining?
Why does the sea rush to shore?
Don't they know it's the end of the world
'Cause you don't love me any more?

Why do the birds go on singing?
Why do the stars glow above?
Don't they know it's the end of the world?
It ended when I lost your love.

I wake up in the morning and I wonder
Why ev'rything's the same as it was.
I can't understand, no I can't understand
How life goes on the way it does

Why does my heart go on beating?
Why do these eyes of mine cry?
Don't they know it's the end of the world?
It ended when you said goodbye

Don't they know it's the end of the world?
It ended when you said goodbye.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O amor é o amor

O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?..

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!
Alexandre O´Neill

Sou uma mulher amada!


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Bento XVI



CARTA ENCÍCLICA
CARITAS IN VERITATE
DO SUMO PONTÍFICE
BENTO XVI



“O amor na verdade — caritas in veritate — é um grande desafio para a Igreja num mundo em crescente e incisiva globalização. O risco do nosso tempo é que, à real interdependência dos homens e dos povos, não corresponda a interacção ética das consciências e das inteligências, da qual possa resultar um desenvolvimento verdadeiramente humano. Só através da caridade, iluminada pela luz da razão e da fé, é possível alcançar objectivos de desenvolvimento dotados de uma valência mais humana e humanizadora. A partilha dos bens e recursos, da qual deriva o autêntico desenvolvimento, não é assegurada pelo simples progresso técnico e por meras relações de conveniência, mas pelo potencial de amor que vence o mal com o bem (cf. Rm 12, 21) e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades.”

A verdade é que a Igreja, é algo muito superior, aos pecados de alguns dos seus seguidores.

sábado, 8 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Para ti mãe:



ilustração de Jessie Willcox Smith

Pequeno poema

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...


Sebastião da Gama