“(…) O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino? (…)”
Mia Couto
Magnifico texto, senti cada palavra como se fosse minha. Quantas dores sofremos sem nunca serem notadas ou dignas da preocupação de outros.
ResponderEliminarBeijinhos
São
Sim, quantos???
ResponderEliminarRealmente muito bem visto sob todos os aspectos.
E mais não digo, porque está tudo dito no texto.
Beijinhos
Ná
Olá São
ResponderEliminarEmbora te tenhas revisto no texto,e acredito que sim, ele não foi publicado visando o "EU", é muito mais, ultrapassa essas barreiras.
Tenta transpôr para todo um país, para toda uma Europa, para todas as revoltas que estão em movimento por esse mundo fora.
Um beijo
Ná
ResponderEliminarComo deve ter percebido, este texto foi retirado do livro "O Fio das Missangas" de Mia Couto, está perfeitamente contextualizado dentro do romance.
Aproveitei este pequeno excerto, porque dele me lembrei após ver e ler sucessivamente as recentes notícias que por aí proliferam.
No livro, os "...fintabolistas...", são exactamente eles próprios, aqui eu quis classificar toda uma classe política, que nos finta diáriamente e nós só nos queixamos, tal como quando vamos ao médico, e depois não aviamos as receitas, esperamos simplesmente que a dôr passe.
Não quero também deixar de dizer, que pessoalmente, também já me apeteceu dar alguns pontapés no destino, pois como pessoa normalíssima que sou, nem tudo na vida são rosas, embora muito fácilmente tenha concluído que aquilo que nos faz sofrer, só sirva para ganhar defesas, não para perder tempo...!
Um beijo grande
PS: Sei que não tenho feito muitas visitas ao seu canto, mas como já deve ter percebido, por vezes prefiro não dizer nada, a soltar asneirada. Espero que compreenda, mais um beijo.
Olá Eduarda ,
ResponderEliminarMia Couto traduz ,na perfeição , aquilo que vai na alma de tantos de nós . Como sempre a sua escolha ,além de primorosa ,vem na hora certa ...
Beijo
Quina
Quina
ResponderEliminarSei que me entende, pois tanto quanto me parece temos o mesmo fio condutor de ideais.
Não se a hora é certa, sei é que a minha geração se devia penitenciar, por não ter sabido garantir, aos nossos filhos, o melhor proveito da luta dos nossos pais.
Um beijo grande
Amiga Eduarda!
ResponderEliminarVoltei para lhe dizer que pode e deve usar todas as fotos que bem entender. As minhas ainda são pobrezinhas, estou na fase de aprender a fotografar, como diz, e muito bem, tudo para além do que se vê...
Contudo, o expert da casa é o José, ele sim faz com paixão fotografias lindíssimas.
Querida, não se preocupe com o número de vezes que me visita ou não,não contabilizo, de todo.
Visito quem gosto e estou só onde quero. Não há obrigações. Assim deve ser.
Mais uma nota sobre este tema, a minha amiga nunca soltaria "asneira" :)
Quanto ao tema do seu post, ele tem pontas diversas para ser interpretado. Sei que é de Mia Couto e entendi que é extensivo a todos os que trapaceiam ...
O que mais me incomoda, é o facto dos mesmos, quais esquizofrénico, se armarem em vítimas e permitirem-se assim continuar a fazer o mal, sentindo-se bem!
Tenha um bom dia.
Beijinho Ná
Eduarda
ResponderEliminarCreio que o Mia Couto, muito à sua excelsa maneira, fala da inversão de valores: quem tem o poder consome o tempo com pantominices em vez de atender àquilo que, realmente, importa. Ou seja, os senhores do poder são uns pantomineiros. O diabo que os carrege (desculpa lá o desabafo)!
Beijos
Ná
ResponderEliminarObrigada pela diponibilidade.
De qualquer forma, nunca utilizaria sem previamente pedir e colocar os respectivos créditos.
Um beijo
Fátima
ResponderEliminarDesafafa, pois então.
Isto é uma casa democrática.
E ainda te dou uma achega, pantominice, é muito pouco...
Beijos