«Não é sinal de saúde estar bem adaptado a esta sociedade doente»
Jiddu Krishnamurti

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SER O PRIMEIRO DA CLASSE

A segurança ,a competência ,a tranquilidade, as certezas estabelecidas, tem uma sobrecarga , a que chamo: "Ser o primeiro da classe".
O facto é que , muitos de nós não estamos preparados.
E isto é um resultado social.
Mas existe outro tipo de resultado, igualmente importante: o resultado individual.
Desde pequenos que fomos ensinados na mesma constante:
- Os bons, serão premiados.
- Os maus, serão castigados.
E nós queremos ser premiados, nem que para isso tenhamos feito, todas as vontades aos nossos pais, primos, avós, professores, amigos dos pais, padrinhos , vizinhos, amigos eu seu lá, um mundo de gente, que nos passa pela vida, e quase inspirados no espírito de um qualquer herói da história, vamos desde cedo fazendo cedências.
“…Naquele dia, não me apeteceu lavar as mãos antes de ir para a mesa, mas o olhar reprovador da minha avó, fez com que cumprisse o hábito de higiene, que me tinham ensinado, embora a água estivesse gelada.”
“…Na aula de desenho, a colega do lado sujou, o desenho geométrico com tinta da china. Prontamente, cheguei-lhe o meu frasco com álcool, fiquei sem ele…precisei também, e já não tinha…”
A certa altura da vida, quando abafados, cansados resolvemos mais uma complicação alheia, percebemos que há muito, abrimos o caminho do sofrimento.
De repente percebemos, que há muita coisa que não entendemos. Que até mesmo as nossas virtudes exacerbadas possam incomodar os outros, diria até que podem pesar como censura.
Então como podemos ser entendidos? Começamos a aprender, outras virtudes para continuar a ser: o primeiro da classe
Isso seria apenas o início da continuidade. Seria preciso perceber que a perfeição é impossível, que é pretensiosa e agressiva, e aqui colocamos o dedo na ferida.
-É urgente aceitar os nossos defeitos.
Reconheçamos que não somos tão perfeitos, como aquilo que temos mostrado ao mundo.
É necessário oferecer aos outros os nossos defeitos, assumindo de vez todos os riscos implícitos. Correndo até o perigo de não sermos amados, de ver uma porta, duas, dez… serem fechadas na nossa cara.
Porque quem nos ama de verdade tem que amar com todos os defeitos expostos, tanto quanto as qualidades.

Então deveremos saber escolher os poucos amores profundos, em troca de tantos amores superficiais.
E uma coisa é certa: esta é uma tarefa que não nos dará o troféu de: ser o primeiro da classe.

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