«Não é sinal de saúde estar bem adaptado a esta sociedade doente»
Jiddu Krishnamurti

domingo, 28 de junho de 2009

Etapas


Sabendo reconhecer as etapas da vida, a intensidade dos bons e maus momentos, conseguimos distinguir entre um simples aborrecimento e uma dor bem forte.
Abafar uma simples contrariedade, podemos faze-lo na alegria e uma festa, numa ida ao cinema, no assistir a um concerto de Verão, não é a mesma coisa que tentar superar uma dor séria. Uma chatice é uma pedra no caminho, uma grande dor é uma montanha de difícil escalada, é fundamental não confundir pedras com montanhas.
Pedras, podemos saltá-las sem esforço, montanhas dividem o espaço, interrompem, estabelecem um antes e um depois, e é aí o ponto, em que visivelmente alguma coisa em nós se modifica .
E o que exigem de nós essas montanhas? Basicamente, atenção. Funcionam como um sinal de alerta. Ordenam um olhar mais atento, há perigo perto, convém prevenir-nos antes do próximo movimento.
Acalmado o primeiro impulso ansioso, que nos impede para a fuga veremos que enfrentar montanhas, não é tão mau como se temia, desde que analisemos em detalhe a causa do que estamos a viver e entender porque é que chegámos até ali.
É no decorrer deste trabalho que deglutimos e incorporamos os factos na nossa própria vida, preparando-nos ao mesmo tempo para traçar novos rumos, e não nos deixarmos perder na intensa vegetação da montanha.
Dos maus momentos da vida, daqueles que parecem eternos, saímos mais fortes e talvez um pouco mais maduros.
Ganhamos mais, e abrimo-nos para os outros de uma outra forma.
Conquistamos também uma pequenina parte da humildade tão necessária para aceitar que ainda atravessaremos outras fases de sofrimento. E entenderemos que em cada uma delas ganharemos um novo fôlego para o momento seguinte.




4 comentários:

  1. Eduarda subir montanha é bem mais difícil que contornar pequenas pedras no nosso caminho.Também sei que entre a enorme vegetação da montanha se pode encontrar mais força para voltar a caminhar.Quantas montanhas já tie que subir na minha vida?
    Quantas mais subirei?
    Aos poucos a caminhada se faz.Um beijinho

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  2. Salomé
    Obrigada pela visita e pela força.
    Há efectivamente etapas da nossa vida, por vezes complicadas.
    Nasci em 56,sou filha, mulher,mãe, sogra, nora, avó, amiga ...um sem número de coisas.
    Tenho o maior orgulho em tudo,mas quando a idade da nossa mãe,se nos apresenta com doença, acredite que as forças para subir montanhas, por vezes falham.
    É nessa fase que me encontro, mas vou sobreviver, por ela, por mim e por todos de quem gosto e que fazem o favor de gostar de mim.

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  3. Eduarda, sei que as forças falham sim.A minha mãe tem 63 anos, de três em três meses vai fazer tac e mais um monte de exames, esteve 1 ano a fazer quimioterapia, à 5 anos que está tudo controlado, dizem os médicos, temos sempre esperança que assim seja.No ano passado perdi a minha avó a meios de Julho, um mês e meio depois foi um irmão da minha mãe que estava a lutar contra cancro também, tinha só 59 anos.Este ano no dia do pai foi meu sobrinho de 20 anos quando fazia pesca desportiva.Estou qui, sobrevivi, e encontrei forças para caminhar novamente.Sei que também vai encontrar forças para subir mais essa montanha que na vida nos passa.Como bem diz, por eles encontramos sempre maneira de sobriviver.Um abraço enorme com muita esperança e tudo de bom.

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  4. OLá Eduarda,
    Obrigada pela motivação. Um dia apareço.
    Ver o que Há para além das montanhas é tudo o q diz: sofrimento na escalada. Todos os dias da nossa vida temos de nos superar a nós mesmos para vermos e sentirmos de que massa somos feitos. A vida exige-nos que a vivamos de forma corajosa e amorável para e pelos que gostam ou dependem de nós.Temos algo em comum, a mesma idade nascidos em 56. Fique bem, beijinhos e força

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