«Não é sinal de saúde estar bem adaptado a esta sociedade doente»
Jiddu Krishnamurti

sexta-feira, 24 de abril de 2009





Não posso deixar de fazer um post sobre a data.


Há 35 anos, foi com alguma surpresa, que estranhamente não acordei com o despertador, mas com os meus pais a dizerem-me, que naquele dia não poderia sair de casa.
Não havia liceu. Frequentava eu o antigo 7º ano, já lá não deveria estar, mas a preguiça e a rebeldia da idade, tinham-me oferecido, até aquela data, dois valentes chumbos.
Oh, que maçada! Mais umas horitas na cama.
Não foi bem assim.
O rádio gritava a Liberdade, a Tv mostava os soldados em comunhão com o povo, não conseguia descançar, pelo que me apressei a perguntar o que é que se passava.
O meu pai, homem já politizado, pois a PIDE já lhe tinha dado umas boas coronhadas, aquando da cadidatura de Humberto Delgado, explicou-me porque é que ralhava comigo quando eu regaladamente lia os Jornais, que se passeavam por essas alturas ,pelas casas de banho do liceu, o célebre MAEESL. Por aquela época eu gostava do que lia, até concordava, mas não tinha ainda muito bem a noção da máquina, que me impedia de absorver aquilo tudo livremente.

Os cravos permitiram-me o saber, para formar opinião.

Foi maravilhoso poder participar, no primeiro 1º de Maio, poder fazer parte daqueles, que votaram livremente após a queda do Estado Novo.

Participar. Mas participar sem fundamentalismos, aliáz, é doutrina que não me atrai.

A minha luta pela equiadade, não terá por certo efeito, dentro da minha geração, mas acredito e desejo que os meus netos possam viver num Portugal melhor, e para isso luto contra os heróis de hoje que veladamente e em nome da democracia, que supostamente defendem,nos querem tornar amebas.

Enquanto puder, continuarei a defender a Democracia, como Estado de Direito.


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